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Conflitos em Relacionamentos


As principais causas de conflito nos relacionamentos partem de dificuldades emocionais e pessoais que refletem em algum nível nas relações sociais, amorosas e familiares. Desta forma, constituem-se vínculos carregados de dependência, que servem como muletas ou bengalas emocionais. Estes relacionamentos visam compensar as próprias dificuldades ou fragilidades pessoais, que podem ter inúmeros motivos e na maioria dos casos partem de traumas e conflitos do passado que ainda repercutem no presente, assim como nas expectativas e medos em relação ao futuro.


Sob esta perspectiva, muitos conflitos em relacionamentos têm como causa o fenômeno da projeção, no qual estamos constantemente transferindo nossas questões pessoais, principalmente os aspectos da nossa sombra (inconscientes) para as pessoas que nos relacionamos. Geralmente para as pessoas mais próximas com as quais possuímos mais intimidade.


Existe um ditado que diz que aquilo que mais incomoda nos outros é o espelho que não queremos ver. Esta frase exemplifica bem o fenômeno da projeção. O princípio que atua aqui é que o traço observado no outro se identifica com um aspecto inconsciente do observador, que justamente por ser negado em si mesmo é projetado no outro com agressividade e rejeição. Este fenômeno é muito comum e acontece praticamente o tempo todo nos relacionamentos, porém, os mais íntimos são mais intensos neste sentido.


Por isso, os relacionamentos são carregados de expectativas e frustrações, porque geralmente não conseguimos enxergar as pessoas como elas realmente são, pois possuímos lentes que projetam aspectos pessoais na imagem que temos dos outros. Assim, estas expectativas são recheadas de idealizações, sendo que estas ideias projetadas dizem respeito justamente às dificuldades e fragilidades pessoais, que procuram ser complementadas através do outro.


Desta forma, as expectativas partem das nossas carências e necessidades mais íntimas. O problema começa quando isto se torna uma dependência emocional, e precisa-se que esta pessoa esteja sempre disponível para atender estas demandas pessoais. Neste ponto, pode-se dizer que não está mais se relacionando com a outra pessoa em si, mas com os fragmentos do próprio ego que foram projetados nesta pessoa.


No fundo, acaba sendo uma forma extremamente egocêntrica de se relacionar, e isto acontece não por uma questão de falta de caráter ou por mero interesse, na verdade trata-se de uma necessidade psicológica. O ego assume esta posição porque ainda está concluindo o seu processo de individuação, e por este motivo ainda encontra-se fechado em suas próprias questões.


Um processo de individuação mal elaborado impede que a pessoa se abra com plenitude para as relações, desfrutando dos encontros e correndo os riscos que todo relacionamento envolve e oferece. Por isso, o atendimento psicológico pode ajudar bastante na identificação destes traços, contribuindo para a compreensão da função da projeção nos relacionamentos.



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Atendimento: Fábio Lessa Peres

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